Ao menos 146 pessoas morreram e outras 150 ficaram feridas neste sábado esmagadas por uma multidão durante celebrações por ocasião do Halloween em um distrito de Seul, capital da Coreia do Sul. O desastre aconteceu por volta de 22h20 (hora local) durante uma das comemorações mais populares do ano na capital sul-coreana.
O desastre é o mais grave incidente em tempos de paz na Coreia do Sul desde que a balsa Sewol afundou em 2014, matando mais de 300 pessoas, segundo informações do site G1.
O presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol ordenou que seu governo enviasse ajuda urgente e assistência médica ao local – o popular bairro Itaewon, próximo ao Centro da cidade e conhecido por sua vida noturna, disse o seu Gabinete. “A prioridade máxima é retirar e salvar as vítimas. Devemos levá-las a tratamento médico urgente o mais rápido possível”, disse Yoon em comunicado.
Já o prefeito de Seul, Oh Se-hoon, que visitava a Holanda, anunciou sua volta para a Coreia do Sul, comunicaram autoridades.
O incidente começou em um beco estreito, logo na saída 2 da estação de metrô Itaewon, perto de uma rua cheia de bares incluindo, entre outros, o Oasis Bar & Cafe, o Gathering e o Ravo. Cerca de 10 mil pessoas estavam no local, no primeiro Halloween sem máscaras desde o início da pandemia.
Veículos de emergência tiveram dificuldade para chegar e sair do local, com as ruas congestionadas e pedestres se espalhando pelo tráfego. Por volta das 22h45 locais, um veículo de emergência lotado de equipes de resgate estava em um engarrafamento enquanto tentava alcançar a via principal onde estavam as vítimas.
“Tinha tanta gente que a gente não conseguia se mexer”, disse Song Su-yeon, uma testemunha de 46 anos. “Parecia que eu teria morrido se tivesse caído”.
Entre as vítimas, há muitas mulheres na casa dos 20 anos. Várias delas usavam máscaras e fantasias de Halloween.
Em vários vídeos publicados nas redes sociais, é possível ver várias pessoas sendo socorridas pelos serviços de emergência.
Fotos publicadas pela mídia nacional mostraram muitos cidadãos, policiais e profissionais de emergência realizando ressuscitação cardiopulmonar em pessoas esparramadas na calçada.
Imagens ao vivo da MBC-TV, uma emissora local, mostraram bombeiros carregando o que pareciam ser corpos cobertos com lençóis brancos em macas para ambulâncias. Autoridades afirmam que cerca de 150 pessoas sofreram parada cardíaca após o tumulto e “várias morreram”.
No Twitter, um brasileiro que está no local descreveu o momento: “Eu estava lá, vi os corpos sendo arrastados. No início não parecia algo grave porque pareciam estar só tirando pessoas bêbadas nas ruas, mas quando os corpos começaram a entrar na casa das dezenas que reparei que tinha algo errado”, escreveu Thiago Mattos Moreira na rede social.
O presidente Yoon também ordenou que os funcionários enviassem funcionários médicos de emergência para Itaewon e assegurassem leitos de emergência.
As autoridades criaram um pequeno centro improvisado de gerenciamento de desastres e uma clínica de primeiros socorros sob várias tendas em frente ao Hamilton Hotel, perto do local onde houve a maioria dos esmagamentos.
No centro foram instalados quadros brancos com informações sobre o incidente sendo continuamente atualizadas pelas autoridades, incluindo o número de mortos, uma lista de vítimas e os hospitais para onde foram enviadas. Uma mesa com uma prancheta e uma caneta foi dedicada a registrar pessoas desaparecidas.
Entre os mortos, os corpos de 46 vítimas estavam no hospital, comunicou o corpo de bombeiros, com o restante levado para um ginásio próximo.
O episódio, incluindo os seus problemas de trânsito, despertou perguntas sobre o gerenciamento de multidões no evento há muito divulgado. As autoridades disseram que estão investigando como o desastre se desenrolou.