MC Marcinho, que morreu neste sábado (26) aos 45 anos, será velado neste domingo na capela ecumênica 1 do cemitério vertical do Cemitério da Penitência, na Zona Norte do Rio.
A cerimônia ocorrerá das 10 h às 13 h. Depois, o corpo do cantor será cremado às 14 h , em cerimônia para amigos e parentes.
Márcio André Nepomuceno Garcia morreu no Hospital Copa D’Or. A informação foi confirmada pela unidade de saúde, que informou que o artista morreu às 9h10.
Um dos maiores nomes da história do ritmo funk no Brasil tinha 45 anos e sofria de problemas no coração. Marcinho deixa cinco filhos.
Estava no CTI desde 10 de julho, após sofrer uma parada cardíaca. Desde então, os médicos vinham tentando salvá-lo com diversos procedimentos, como a implantação de um coração artificial e o uso da Ecmo, uma espécie de pulmão artificial externo. Neste sábado, ele não resistiu.
Príncipe do Funk
Tido como o Príncipe do Funk, pioneiro do estilo no Rio de Janeiro e expoente da vertente melody/romântica. Cantor e compositor, famoso pelos hits “Rap do Solitário”, “Princesa”, “Glamurosa” e “Garota nota 100”, Márcio André Nepomuceno nasceu em Duque de Caxias em 1977, filho de um sambista, e foi criado em Bangu, na Zona Oeste do Rio.
Frequentador dos bailes funks, ele compôs ainda na adolescência o seu primeiro rap para um festival de galeras: o “Rap do solitário”, com o qual foi vencedor da disputa. Nos anos 1990, junto com a namorada, a MC Cacau, ele montou uma dupla, que lançou o CD “Porque te amo” (1997), pela gravadora Afegan, do DJ Marlboro.
Em 1998, Marcinho lançou o primeiro CD solo, “Sempre Solitário”, no qual incluiu a música “Garota nota 100”, com produção de Marlboro. No ano seguinte lançou “Valeu shock”, também produzido pelo DJ, que sofreu com a retração do espaço para o funk romântico, mas estourou a música “Motivos da vida”.
No início dos anos 2000, com a ascensão do funk mais erotizado e festeiro, MC Marcinho ficou um pouco afastado da mídia, mas logo conseguiria mais um hit: “Glamurosa”, com o qual atualizou seu estilo usando o elemento moderno do funk da época, o tamborzão. Composta com inspiração na apresentadora de TV Xuxa, a música se tornou o seu maior sucesso.
Em 2006, MC Marcinho sofreu um grave acidente automobilístico. Por conta das lesões que sofreu, chegou a se apresentar em uma cadeira de rodas e portando muletas até se recuperar. No ano seguinte, Lulu Santos gravou no CD “Longplay” uma música de sua autoria, “Se não fosse o funk”.
Os problemas de saúde foram uma constante nos últimos anos
Internado para tratamento cardíaco e renal no fim de junho, Mc Marcinho sofreu uma parada cardíaca e foi entubado em 11 de julho. Dois dias depois, ele foi submetido a uma cirurgia para implante de um coração artificial. Em seguida, o funkeiro entrou para a fila de espera por um transplante de coração.
Em agosto, uma infecção generalizada tirou Mc Marcinho da fila de espera pelo transplante. Pelas regras do Sistema Nacional de Transplantes, o receptor tem que ter condições mínimas para suportar uma cirurgia e receber o órgão.