O ex-deputado estadual Natalino José Guimarães foi preso, na manhã de terça-feira (10), em Campo Grande, Zona Oeste do Rio, em uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) contra prática de grilagem em Búzios, na Região dos Lagos.
Em 2008, Natalino já havia cumprido pena por porte ilegal de armas e formação de quadrilha. Na época, foi apontado pela polícia e pelo MPRJ como um dos chefes de uma milícia que atua na Zona Oeste do Rio.
Em 2009, foi condenado pela Justiça junto com o irmão, Jerônimo Guimarães, o Jerominho, por integrar a milícia conhecida como Liga da Justiça.
Além do ex-deputado, outros seis mandados de prisão preventiva e doze de busca e apreensão foram cumpridos em diversos endereços nos municípios de Búzios, Cabo Frio, Rio das Ostras, além da capital fluminense.
A investigações tiveram início a partir de denúncias de invasões de terras por grupos armados em diversos terrenos na região da Estrada da Fazendinha.
Segundo a denúncia do MPRJ, o grupo estaria em atividade desde 2020, utilizando práticas violentas e fraudulentas para ocupar e comercializar terrenos na região.
Ainda de acordo com as investigações, a quadrilha usava seguranças armados para intimidar moradores e proprietários, e ainda desmatava áreas protegidas e promovia queimadas.
A Estrada da Fazendinha fica no bairro Baía Formosa, em Búzios, próximo à divisa com Cabo Frio.
Natalino foi levado para prestar depoimento na Cidade da Polícia, no Jacarezinho, na Zona Norte, o ex-deputado afirmou que era inocente das acusações.
“Sou inocente de tudo. Esses fatos não são verdadeiros. Eu quero viver a minha vida ao lado da minha família. Eu não tenho nada a ver com isso. Vou procurar a Justiça. Espero que a Justiça faça a justiça que não fizeram comigo no passado”, contou.
“Nego completamente [qualquer crime]. Não tem empresa nenhuma em Campo Grande”, completou.
A operação conta com o apoio da 127ª DP (Búzios) e do 14° BPM (Bangu).
Irmão morto em 2020
Natalino era irmão do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, que morreu em 2022 após ser baleado na Estrada Guandu do Sapé, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. Jerominho era apontado como um dos fundadores da milícia Liga da Justiça.
Jerominho, foi vereador do Rio de Janeiro, pelo PMDB, por dois mandatos, entre 2000 e 2008. Contudo, um ano antes de terminar seu segundo mandato na Câmara Municipal do Rio, ele foi preso e permaneceu em penitenciárias federais por 11 anos.
Em 1998, ele tentou uma vaga de deputado estadual, mas com 18.152 votos não conseguiu ser eleito.