O Instituto de Segurança Pública (ISP) divulgou dados inéditos de crime de preconceito no Rio de Janeiro. Só no primeiro semestre de 2024, 1.719 pessoas estiveram em delegacias para denunciar esse tipo de crime, uma média de 9 vítimas por dia.
De janeiro a junho, 1.106 procuraram a polícia para registrar casos de injúria por preconceito. Outras 436 fizeram registro de crime por preconceito de raça, cor, religião ou etnia, 70 pessoas foram vítimas de intolerância ou injúria racial, e 25 registraram crimes de ofensa a culto ou religião.
“Ao longo da história existe esse anseio, essa luta para você ter uma estatística a respeitos dos crimes porque a partir de um índice estatístico, além de você delimitar as áreas e as pessoas que são mais atingidas, você dá mais subsídios para o governo para promover políticas públicas e conscientizar e educar a sociedade no sentido de que essa prática não é admitida”, ressalta a delegada Rita Salim.
Um destaque importante é para a quantidade de crimes cometidos no ambiente virtual. Em seis meses, 46 ocorrências foram registradas. O ISP também traçou o perfil das pessoas mais afetadas pelo preconceito. A maioria das vítimas são mulheres negras com idades entre 30 a 59 anos.
O local onde mais acontece o crime de injúria por preconceito é na rua.
“Acho desnecessário num momento que vivemos hoje. É uma coisa que tem que ser debatida e tem que ser muito conversada. Ter conhecimento sobre o racismo estrutural para a gente poder melhorar”, afirma a vendedora Raquel Batista.
“Somos 56% da população. Nós não temos que ser trados como inferiores. Nós não somos inferiores. Somos brasileiros e lutamos por esse país. A gente tem que estar aqui lutando dia-a-dia contra o racismo”, diz a jornalista Tássia do Carvalho.