A Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan) sediou um encontro do seu Conselho de Agronegócios, Alimentos e Bebidas (CEAAB), onde o Porto do Açu, anunciou projetos em indústria florestal no Norte e no Noroeste Fluminense.
“Para além das perspectivas de projetos de energia renovável, o Porto do Açu poderá receber uma série de investimentos nos próximos 5 anos no setor de silvicultura e indústria florestal”, contou a Firjan.
No encontro, representantes do Porto do Açu apresentaram um estudo desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária (Embrapa) que aponta um potencial de plantio de florestas em 263 mil hectares (ha) no Norte e no Noroeste Fluminense, e no Sul do Espírito Santo (ES), sendo quase a metade dessa área apenas na região de Campos dos Goytacazes.
“Esses números dão a dimensão do potencial de desenvolvimento do agronegócio fluminense. Além da silvicultura, o Porto do Açu será cada vez mais um ator importante no desenvolvimento de diversas cadeias produtivas, visto que pretende atrair também unidades de produção de fertilizantes nitrogenados, graças à oferta de gás natural na região, além de outros insumos que serão facilitados pelo desenvolvimento da ferrovia EF 118 (Ferrovia Rio-Vitória), ligando o Açu à malha nacional. Este conjunto de iniciativas vai ajudar a melhorar bastante a competitividade e o desenvolvimento do agronegócio fluminense”, destacou Antônio Carlos Celles Cordeiro, presidente do CEAAB.
A Firjan revela que o potencial da silvicultura fluminense foi identificado a partir de um termo de cooperação técnica firmado entre o Porto do Açu e a Embrapa, que demonstra a área de 263 mil hectares, entre o norte do Rio e o sul do ES.
“Considerando-se uma distância de até 150 quilômetros (km) a partir da Rodoviária de São João da Barra, foram mapeados um total de 263 mil hectares de áreas degradadas com potencial de reflorestamento, principalmente de eucaliptos, que poderão servir de insumo para a produção de derivados de madeira, como carvão vegetal, aço verde, pellet de madeira e até mesmo celulose. Além disso, a floresta de eucalipto também é uma fonte poderosa no mercado de captura e crédito de carbono. Do total, 120 mil hectares estão na região de Campos dos Goytacazes. Outras áreas ficam em São Francisco de Itabapoana, município vizinho a Campos dos Goytacazes e Itaperuna, no Noroeste Fluminense”, detalhou a entidade.
A Federação explica que a ideia é que as madeiras sejam colhidas em florestas da região e em seguida encaminhadas para novas indústrias a serem instaladas no Porto do Açu, que criou e mantém a Reserva Particular Patrimônio Natural (RPPN) Caruara, que poderá servir de berçário de mudas para ajudar no replantio dessas florestas.
“As iniciativas vêm também ao encontro do projeto de reflorestamento do Governo do Estado, que demarcou 5 distritos florestais a fim de apoiar as metas mundiais de redução de emissões de carbono. Com isso, a ideia é que haja incentivos fiscais específicos para esta indústria”, acrescenta a Firjan.
A entidade reforça ainda que a indústria florestal é um projeto de curto prazo do Porto do Açu dentro do tema de energia renovável, já que a médio e longo prazos, a perspectiva é de investimentos em usinas solares, eólicas offshore e de hidrogênio verde.
“Atualmente, o Governo do Estado está em fase final para desenvolver a Zona de Processamento de Exportação (ZPE do Açu), um condomínio industrial com 1,7 quilômetro quadrado (km²) de área de livre comércio. Com tratamentos tributários diferenciados, somado à futura conexão ferroviária do Açu, o complexo portuário poderá atrair uma série de indústrias, do café ao aço, além de incrementar as exportações e importações de outros produtos agropecuários, como cevada. A expectativa é que a ZPE comece a ser desenvolvida no próximo ano”, explanou a Firjan.
Além da apresentação do Porto do Açu, o CEAAB contou ainda com apresentações do gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Jonathas Goulart, e da consultora de Assuntos Regulatórias da Associação Brasileira das Indústrias de Queijo (ABIQ) e da Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos), Cristina Mosquim.