Uma aluna de um Ciep de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, acusa um professor de assédio. Segundo a jovem, de 16 anos, André de Souza Correia, que leciona história, colocou a mão nos seios dela durante a aula. O abuso foi presenciado pelos colegas de turma.
“Eu realmente agora tive o baque, que realmente aconteceu comigo, já chorei várias vezes, mas eu estou tentando ser forte”, diz a jovem, segundo informações do site G1.
O caso foi no início do mês no Ciep Pastor Waldemar Andrade e veio à tona esta semana. Na quarta-feira (26), estudantes fizeram um protesto. Por causa da manifestação, a Polícia Militar foi acionada.
A menina e o pai registraram o assédio na Delegacia da Mulher de São Gonçalo.
“Simplesmente minha filha estava debruçada em cima da mesa, ele veio por trás, enfiou a mão por dentro dos braços e apalpou os seios dela”, afirmou o pai. “Quando ela, no susto, foi trancar os braços, os coleguinhas ao lado viram, ele saiu e olhou para ela com aquela cara de ‘fica quieta’”, narrou.
“Na hora eu senti muito medo, porque eu não tive coragem de falar para o meu pai. Pensei várias vezes em deixar para lá, que a escola não ia ligar. E eu o tive como o melhor professor para mim. Nunca imaginaria, nunca passou isso pela minha cabeça”, disse a menina.
Diretora interveio pelo professor
Pai e filha dizem que a direção da escola foi omissa e que tentou abafar o caso.
“Começamos a questionar. Na mesma hora, ele virou na minha cara e disse que, se eu botasse isso para frente, ele ia colocar minha filha, a família e a escola na Justiça”, citou o pai.
“Falei: ‘Então tá bom, você vai botar porque eu não vou deixar isso barato’. Aí a diretora começou a falar que conhecia ele há muito tempo, que as famílias eram amiga e que não estava acreditando que ele teria feito aquilo”, lembrou o pai.
“E na hora que ele virou as costas e foi embora, a diretora abraçou minha filha, que chorava muito, e pediu para ‘não ficar falando nada do que aconteceu lá fora pra ninguém, para o ocorrido não aumentar’”, destacou.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil como importunação sexual.
O que dizem os envolvidos
Em um comunicado, a diretora afirma que perguntou à jovem se ela queria trocar de turma ou se preferia não assistir mais às aulas da disciplina com o professor.
A Secretaria Estadual de Educação disse que afastou o professor e abriu uma sindicância para apurar o fato. A secretaria afirmou também que repudia qualquer forma de assédio.