A ex-deputada federal Flordelis, acusada de ser mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, vai responder a mais um procedimento disciplinar aplicado pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP) após ser flagrada com dinheiro escondido nas partes íntimas.
O flagrante ocorreu no dia 4 de outubro, quando a ex-parlamentar voltava de uma visitação semanal na penitenciária Talavera Bruce, no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, segundo informações do site G1.
Detida desde agosto de 2021 para aguardar o julgamento pelo assassinato do marido, Flordelis alega que o dinheiro encontrado com ela seria para pagar agentes penitenciárias e presas que realizavam ameaças. A ex-deputada diz ser alvo de extorsão no presídio desde o último mês de maio.
Anotações na parte de dentro da calça
A inspetora Fabiana Borges Ribeiro disse em depoimento que o comportamento de Flordelis ao entrar no compartimento do scanner corporal chamou atenção. Segundo a agente da Seap, a pastora parecia tentar retirar alguma coisa da calça quando chegou na área de revista.
Ainda segundo Fabiana, Flordelis confessou, logo após ser levada para outro setor, que carregava dinheiro escondido. A ex-deputada teria retirado R$ 72 em espécie de partes íntimas.
Em seguida, uma revista pessoal também encontrou anotações na parte de dentro da calça de Flordelis. Segundo Fabiana, as anotações correspondiam a números de telefones de advogados.
Pastora alega ser alvo de extorsão
Segundo o depoimento de Flordelis à Polícia Civil, ela vem sendo alvo de extorsão dentro do presídio desde quando recusou receber um telefone celular de outras presas. De acordo com a ex-parlamentar, sua postura teria desagradado as internas e agentes suspeitas pela tentativa de extorsão.
Em outubro desse ano, agentes teriam encontrado um celular na cela de Flordelis. O telefone foi encontrado no dia 11 de maio e a defesa da ex-deputada disse que ela usou o aparelho uma única vez e passou a ser chantageada e ameaçada.
A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro (Seap) disse que, quando foi verificada a falta disciplinar, ela foi levada para o isolamento. Mas, por recomendação médica, a punição foi suspensa. Um processo foi aberto para investigar o caso.
“Assim, após resistências da comunicante (Flordelis) contra atos de infrações graves, algumas internas, em conluio com agentes penitenciários, passaram a exigir pagamentos por parte da noticiante a título de taxas de pedágio, estada, dentre outras denominações, todas com a finalidade de extorquir a noticiante com graves ameaças”, alegou a defesa de Flordelis.
Após as ameaças recebidas depois do caso do aparelho celular encontrado em sua cela, Flordelis teria aceitado fazer os pagamentos. A ex-deputada contou que a família realizou transferências bancárias através de PIX para uma conta que seria de Isabelle Garcia Pacheco, pessoa que a polícia ainda não sabe a quem está vinculada.
Segundo Flordelis, o dinheiro que ela escondeu em partes íntimas seria para fazer um novo pagamento para as agentes e presas que continuavam fazendo ameaças contra ela.
Ainda de acordo com a pastora, são suspeitos pelo crime de extorsão duas agentes identificadas como Fabiana e Vivian, além do agente Leandro. Flordelis também acusa as presas Erica Lopes e uma interna identificada como Tião.