O número de casos de dengue aumentou mais de 1.000% em um ano e já é onze vezes maior que o início do ano passado.
Adrielle Flávio ainda se recupera da dengue em casa.
“Febre alta, muitas dores no corpo, articulações, dores de cabeça principalmente. Eu perdi totalmente a voz. Realizei um exame de sangue, um hemograma completo, e as contagens de plaquetas estão muito baixas, além do normal. Precisei me afastar por cinco dias do meu local de trabalho”, contou.
Em todo o estado, os casos de dengue dispararam. A média é de 102 casos notificados por dia este ano, segundo informações do site G1.
Ao todo, foram 8.823 casos, ou seja, mais de onze vezes o número de casos do mesmo período do ano passado (750).
Uma pessoa morreu de dengue este ano. Na cidade do Rio já foram registrados 3.799 casos da doença.
A Zona Oeste é a região mais afetada. Santa Cruz, Guaratiba e Campo Grande são os bairros com maior número de casos, seguidos de Paciência e Jacarepaguá.
Essa é a primeira vez, desde 2016, que a maioria dos casos registrados é do tipo 1 do vírus. Por isso, segundo especialistas, grande parte da população pode contrair a doença.
“A última epidemia de dengue que tivemos no Rio de Janeiro já faz mais de dez anos, e foi por dengue do tipo 2. Então, existe uma quantidade de pessoas, uma proporção da população que nunca foi exposta à dengue do tipo 1, que é o vírus que tem circulado em várias outras regiões do país e chega agora ao Rio e por isso tem havido essa predominância”, explica o infectologista e pesquisador da Fiocruz, André Siqueira.
Na Câmara de Deputados, o deputado federal Daniel Soranz disse que cobra do Governo Federal a retomada de campanhas educativas do Ministério da Saúde, além da adoção da vacina contra dengue no Sistema Único de Saúde (SUS).
“O aumento de casos de dengue no estado do Rio de Janeiro, sem dúvida nenhuma, liga um alerta nacional para o Ministério da Saúde. É muito importante que a gente se previna para o próximo verão, incorporando a vacina da dengue que foi aprovada pela Anvisa”, diz Soranz.
O que dizem as autoridades de Saúde
O Ministério da Saúde disse que a inclusão da vacina para o controle da dengue no SUS é uma prioridade.
Segundo o Ministério, depois da aprovação da Anvisa, a vacina deve ser analisada pela Câmara de Regulação do mercado de medicamentos, que deve definir o teto do preço. E depois a Comissão de Incorporação do SUS também deve fazer uma análise.
A Secretaria Municipal de Saúde disse que as equipes de vigilância fizeram vistorias em 1,9 milhão de imóveis para o controle de focos do mosquito este ano. E que também orienta a população sobre a prevenção da dengue.