A população de Volta Redonda, no Sul fluminense, tem reclamado da poluição provocada pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) na cidade. A qualidade do ar e o tipo de pó que tem chegado as casas dos moradores vem incomodando e gerando insatisfações.
Moradores afirmam que, no último fim de semana (10 e 11), aumentou consideravelmente o nível de poluição provocado pelo pó preto. Segundo relatos, a poeira era tanta que não dava para manter a casa limpa nos bairros mais próximos da empresa, como Conforto, Rústico, Aterrado, Bela Vista, Laranjal e Retiro.
“A nossa situação está insustentável, a poeira é muito agressiva e fica difícil manter a casa limpa. A quantidade de pó é insustentável mesmo”, disse uma moradora, ao mostrar a área externa da residência.
Outra reclamação recorrente dos moradores é que eles convivem com problemas de saúde, principalmente no outono. O poluente atmosférico somado ao ar seco característico da estação podem contribuir para o desenvolvimento de doenças respiratórias.
“Olha o ar de Volta Redonda como está estranho, uma atmosfera totalmente poluída, parece que a CSN não tem muito critério no descarte de seus poluentes. Gostaria de solicitar as autoridades competentes para poder fiscalizar isso”, relatou outro morador enquanto filmava o céu.
A Prefeitura de Volta Redonda informou que “vai identificar em qual estágio está o cumprimento do TAC (Termo de Ajuste de Conduta), uma vez que há informação que os equipamentos que permitirão uma melhora sensível na qualidade de ar da cidade já chegaram”.
“A Prefeitura de Volta Redonda vai entrar em contato com o Inea e a direção da CSN para identificar em qual estágio que está o cumprimento do TAC (Termo de Ajuste de Conduta) uma vez que há informação que os equipamentos que permitirão uma melhora sensível na qualidade de ar da cidade já chegaram em Volta Redonda. A licença ambiental para as instalações dos equipamentos foi liberada em maio deste ano, durante reunião do vice-governador Thiago Pampolha e o deputado estadual Munir Neto.
Ressaltando que por força do próprio TAC, a CSN tem um prazo legal para poder cumprir com os itens. A Prefeitura de Volta Redonda já recebeu a informação que a empresa está dentro do prazo.”
Em nota, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que vai apurar se qualidade do ar na cidade está de acordo com os padrões da Resolução CONAMA n° 436/2011, que estabelece os limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos.
Disse também que, em caso de descumprimento destes padrões, a empresa será autuada e terá que executar medidas corretivas. Leia o comunicado na íntegra:
“O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informa que há, no entorno da Usina Presidente Vargas da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) em Volta Redonda, uma rede de monitoramento da qualidade do ar composta por nove estações automáticas e semiautomáticas. As mesmas são operadas e mantidas pela CSN e auditadas pelo Inea e tem o objetivo de medir a concentração de material particulado, nas frações PTS, MP10 e MP2,5, bem como gases e parâmetros meteorológicos.
Com base neste monitoramento o Inea acompanha se a qualidade do ar está de acordo com os padrões da Resolução CONAMA n° 436/2011, que estabelece os limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos para fontes fixas para casos como da Companhia Siderúrgica Nacional e a Resolução Conama 491/2018, que dispõe sobre padrões de qualidade do ar.
Em caso de descumprimento destes padrões o Inea autua a empresa e solicita a execução de medidas corretivas, bem como pode tomar outras medidas administrativas.
Sobre a qualidade do ar atual na região, o Inea está apurando se estão ocorrendo violações dos padrões estabelecidos pelo CONAMA.
Medidas para a melhoria do nível de emissões da CSN estão também sendo implementadas no âmbito do TAC firmado entre a Seas, Comissão Estadual de Controle Ambiental, Inea e CSN.”
Também procurada, a CSN não quis se manifestar sobre o assunto.