A Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan) divulgou, nessa semana, uma previsão preocupante para as contas fluminenses com o chamado “tarifaço” do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, ao Brasil.
De acordo com a entidade, a medida impõe tarifas de 50% a serem aplicadas pelo governo norte-americano a partir de 1º de agosto sobre os produtos brasileiros exportados para os EUA, que pode causar um prejuízo bilionário para o Estado do Rio.
Em nota divulgada na quinta-feira (24), a Firjan calcula que, com o “tarifaço”, o Rio, que é o 2º maior estado exportador para os EUA, atrás apenas de São Paulo, pode perder cerca de 830 milhões de reais, prejudicando diretamente 48 municípios fluminenses.
Os dados foram validados pela Firjan a partir de um levantamento do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que avaliou os impactos no país e em estados do Sul e Sudeste.
E de acordo com a Firjan, os municípios da Região dos Lagos e do Norte Fluminense podem estar entre 48 os mais afetados pelas tarifas de Trump, com destaque para Macaé e São João da Barra, ambas no Norte Fluminense, que aparecem no “top 5” de cidades prejudicadas com a medida.
“A principal pauta exportadora do Rio para os EUA são petróleo bruto e aço. Em relação aos empregos formais diretos, a indústria de petróleo e gás emprega aproximadamente 40 mil pessoas no Estado. Já a metalurgia possui 48 mil postos de empregos diretos”, explicou a Firjan.
Além dos 2 municípios do Norte Fluminense, entre as cidades mais prejudicados com as tarifas norte-americanas, estariam ainda a capital fluminense, Duque de Caxias e Volta Redonda.
Segundo a Firjan, em 2024, o Estado do Rio exportou cerca de 7,4 bilhões de dólares para os EUA, sendo 90% em petróleo e aço, o que colocam o país como o 2º maior parceiro comercial do Estado, atrás apenas da China, com 16,8 bilhões de dólares em exportações no mesmo período, 127% a mais que os norte-americanos.
Ainda de acordo com a Firjan, mais da metade do petróleo produzido no Estado (53%), e quase um quarto (1/4) do aço fluminense (22%) têm como destino os EUA, seguido de maquinário e equipamentos, embora em menor volume.
“A Firjan vê com grande preocupação a possível implementação das medidas e defende a intensificação do diálogo, da negociação em busca de uma solução satisfatória para ambos os lados. Essa imprevisibilidade é prejudicial para todos, principalmente para as pequenas e médias empresas fluminenses. Também defendemos a postergação do prazo de negociação para obter o acordo entre as duas partes, se necessário”, disse nessa semana o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.