Um corpo resgatado pelo Corpo de Bombeiros em Niterói, Região Metropolitana do Rio, pode ser o da jovem Niquele Pereira Santana, de 14 anos, que desapareceu após ser arrastada pelas ondas na Praia do Leme, na Zona Sul do Rio, com mais cinco pessoas. O corpo, que vestia um biquíni semelhante ao da jovem desaparecida, foi encontrado por banhistas na Praia de Piratininga e levado ao Instituto Médico Legal (IML) do Centro do Rio, onde aguarda reconhecimento.
O grupo, que também incluía o namorado de Niquele, Paulo Ricardo de Souza Silva, de 15 anos, ainda desaparecido, foi arrastado pelo mar na noite desta quarta-feira (10). Outras três vítimas — dois homens e uma mulher adultos que faziam parte do grupo — foram resgatadas e levadas para Hospital municipal Miguel Couto.
Pai de Paulo, Ricardo Costa, de 37 anos, já recebeu alta e acompanha as buscas. Ele contou que costuma frequentar a Praia do Leme pelo menos duas vezes por semana com parentes e amigos. Na quarta-feira, por volta das 23 h, a bola que eles jogavam caiu no mar. Ricardo foi buscá-la e acabou arrastado pelas ondas.
“O mar estava até calmo. Mas tudo mudou de repente. Fiquei preso numa espécie de rodamoinho que puxava bastante. Meu filho, a namorada dele e mais duas pessoas entraram para me ajudar e também foram arrastados pelas ondas. Fiquei desesperado. Os bombeiros vieram e eu fui resgatado. Agora, tudo que quero é que meu filho e a namorada dele voltem”, disse.
O garçom Alisson Santana, pai de Niquele, também acompanha as buscas:
“Estou aqui desde as 5 h. Toda ajuda nesta hora é importante. A Niquele não sabe nadar. Mas tenho esperança em ter minha filha de volta”.
O casal namora há pouco mais de um ano. Paulo mora com a mãe no Santo Cristo, na região central do Rio. Niquele reside no mesmo bairro com os pais.
Segundo o Corpo de Bombeiros, as buscas estão sendo feitas com aeronaves, drones, mergulhadores, botes infláveis, lancha e motos aquáticas da corporação.
À beira-mar, outros parentes dos adolescentes desaparecidos acompanham a movimentação das equipes. O clima é de apreensão. Alguns permanecem na areia. Outros, apoiados nas pedras, tentam enxergar melhor a área onde as equipes concentram as buscas. Entre eles, o avô de um dos meninos, que observa o mar de cima das rochas.