Centenas de palestinos estão voltando para casa na Faixa de Gaza após o cessar-fogo entre Israel e o Hamas entrar em vigor nesta sexta-feira (10). Esta é a terceira interrupção da guerra desde outubro de 2023, mas desta vez há esperança de que a trégua seja permanente.
Ainda nesta sexta-feira, tropas israelenses começaram a se reposicionar ao longo das novas linhas previstas no acordo, recuando para cerca de 53% do território de Gaza.
Entre as áreas desocupadas estão Khan Younis e a Cidade de Gaza, que sofreram os ataques mais intensos durante a guerra. Rafah, uma das principais entradas de ajuda humanitária, continua sob controle israelense.
Pontos do acordo
O plano de paz foi apresentado no fim de setembro pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e negociado com a mediação de Egito, Catar e Turquia. Veja alguns pontos a seguir.
Reféns: Segundo Israel, o Hamas ainda mantém 48 dos 251 sequestrados no ataque terrorista em 2023. As demais vítimas foram libertas durante a vigência de outros dois acordos de cessar-fogo ou por meio de operações militares israelenses.
- A proposta apresentada pelos Estados Unidos prevê que o Hamas terá até 72 horas para libertar todos os reféns, vivos ou mortos.
- Israel estima que, dos 48 reféns, apenas 20 estejam vivos.
- Por outro lado, a imprensa americana informou que o grupo terrorista pediu mais tempo para devolver os corpos das vítimas que morreram.
- O Hamas alega que não sabe onde estão todos os corpos dos reféns mortos e que precisa realizar buscas para localizar os desaparecidos.
- Em troca, a expectativa é que Israel liberte quase 2 mil prisioneiros palestinos, incluindo condenados à prisão perpétua.
Ataques em Gaza
O plano prevê o fim dos bombardeios na Faixa de Gaza. Segundo Trump, as Forças de Defesa de Israel recuarão para linhas acordadas com o Hamas, o que indica que tropas ainda permanecerão no território palestino.
- O plano divulgado pela Casa Branca no fim de setembro já prevê uma retirada gradual das tropas do território palestino.
- O chefe do Estado Maior de Israel instruiu as tropas a se prepararem para todos os cenários e para a operação de retorno dos reféns.
- Antes mesmo do acordo, Trump já havia pedido que Israel reduzisse as operações em Gaza. A mídia israelense informou que os militares receberam ordens para diminuir a ofensiva.
O que falta esclarecer
Apesar do anúncio, vários detalhes do tratado ainda não foram divulgados. Não se sabe, por exemplo, se todo o plano apresentado pela Casa Branca foi aceito por Israel e pelo Hamas, ou se houve modificações.
Em uma rede social, Trump afirmou que esta é a “primeira fase” e os “primeiros passos” para a paz. A imprensa americana afirma que isso sugere que ainda há pontos do plano que precisarão ser discutidos para sua implementação.
Já a imprensa israelense informou que os pontos mais sensíveis do acordo foram resolvidos.
Também não está claro como será a transição de governo na Faixa de Gaza, proposta pela Casa Branca. Além disso, não há confirmação de que o Hamas tenha se comprometido a entregar suas armas.