O prédio da Ordem dos Advogados do Rio de Janeiro (OAB-RJ), no Centro do Rio, precisou ser esvaziado por causa de uma ameaça de bomba, no fim da manhã desta quarta-feira (15). O presidente da OAB-RJ, Luciano Bandeira, informou ao que solicitou a imediata evacuação do prédio e acionou o Esquadrão Antibombas da Polícia Civil.
Após 3 horas de buscas, nada foi encontrado. O prédio permanece fechado para os papiloscopistas colherem digitais do suspeito. Segundo Bandeira, o local voltará a funcionar normalmente nesta quinta-feira (16).
“Todos os locais têm câmeras de segurança e as imagens foram cedidas à polícia. Não sabemos o motivo disso”, disse Bandeira.
Alguém deixou duas cartas anônimas — uma no banheiro do 7° andar e outra no 4º andar — informando sobre a presença do artefato.
No mesmo andar estava ocorrendo uma reunião sobre procedimentos disciplinares impostos a advogados, com mais de 60 pessoas. No 4° andar estava tendo uma solenidade para a entrega de carteira de novos advogados, com a presença de 250 pessoas.
“Estávamos entregando carteiras para 60 novos advogados e advogadas, que estavam com seus familiares, e tínhamos em torno de 250 pessoas no auditório da OAB. No meio da cerimônia encontraram, em dois lugares diferentes da ordem, cartas anônimas com essa ameaça de bomba. A cautela e o procedimento indicou que esvaziássemos o prédio. Interrompemos a cerimônia e o Esquadrão Antibombas está fazendo a varredura que está sendo feita de andar dar por andar para saber se tem alguma coisa. As cartas foram encontradas no 4º e 7º andar”, disse o presidente da OAB-RJ.
Segundo ele, os documentos, que têm conteúdo ameaçador, foram entregues às autoridades.
“O conteúdo das cartas é bem maluco, ameaçando. Eles diziam que a OAB não defende pautas de cidadania, bem contraditória. A carta já foi entregue aos policiais. A gente sempre fica preocupado por ter um prédio cheio, muitas pessoas no auditório e os funcionários. Agora, vamos aguardar a varredura.”
“Nós estávamos fazendo a entrega de carteiras quando a equipe encontrou cartas no banheiro, no elevador, com ameaças ao prédio da ordem, dizendo que iam explodir o prédio da Ordem dos Advogados”, cotou a advogada Carolina Miraglia.
Marli Pereira Gomes, mãe da última advogada a receber a carteirinha da OAB-RJ, conta que todo mundo precisou descer de escada.
“Estávamos no quarto andar. Todo mundo desceu de escada. Acho que ninguém desceu de elevador. Mesmo com esse incidente é um dia feliz. Afinal de contas, a minha filha lutou muito para ter essa carteira. Achamos que ia dar tudo certo e estávamos comemorando. Tomara que não tenha nada”.
A advogada Camila Estela descreveu a situação como caótica.
“É uma situação complicada, porque a gente ficou com medo. Eu tinha acabado de pegar a minha carteira. Fui a última a pegar a carteira e interromperam. Achamos que fosse uma brincadeira. Mas, parece que a coisa é séria. Estou com a minha mãe e ela relembrou o atentado com uma carta bomba. Desespero e tensão. Espero que descubram que não tem nada”, falou.
As atividades da sede da entidade foram suspensas por volta das 12h.
“O presidente Luciano Bandeira pediu que evacuasse de forma ordenada para que não machucasse ninguém. Descemos e chamamos a polícia para verificar o que estava acontecendo”, disse a advogada Carolina.
Policiais militares atuam em apoio à Polícia Civil e intensificaram o policiamento no local.
A investigação da suposta bomba na OAB vai ficar com a 5ª DP (Mem de Sá). Mas por conta de uma operação contra uma organização criminosa que atua na comercialização de aparelhos telefônicos roubados, as primeiras diligências estão a cargo da 1ª DP (Mem de Sá).