O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, assinou nesta quinta-feira (10) a portaria que garante a migração dos voos do Santos Dumont para o Galeão a partir de janeiro de 2024.
“Muito feliz de assinar esse acordo, que vai possibilitar novos voos para o Rio de Janeiro, com o lançamento no Porto Maravilha [Impa]. E que daqui a pouco, quando chegar o encontro do G20 [em novembro de 2024], que o presidente Lula possa receber os líderes aqui nessa beleza de lugar”, disse o ministro.
Resumo do que foi anunciado:
Voos de, e para o Santos Dumont ficam restritos a perímetro de 400 quilômetros, excluindo os aeroportos internacionais. Ficam na rota, então, a ponte aérea Rio-SP via Congonhas e voos para Vitória (ES). Guarulhos e Viracopos (SP) e Confins (MG), por serem internacionais, não terão ligação direta.
Ao contrário do que foi anunciado anteriormente, Brasília não terá conexão com o Santos Dumont neste primeiro momento, mas pode ser incluído depois. A determinação vale a partir de 2 de janeiro de 2024.
Serão implantadas áreas de escape na pista do aeroporto, visando a segurança operacional dos voos, já que o Santos Dumont é limitado, fisicamente, pela Baía de Guanabara. A obra faz parte do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
“Junto do passageiro que quer nos visitar, vem o executivo para fechar negócios. Junto com o passageiro que quer nos visitar, o turista, vem a carga do avião que vale muito mais do que as pessoas que estão em cima. Às vezes, a dona Maria não entende que um produto que ela compra pela internet em São Paulo sai mais barato do que sai no Rio. Porque nós não temos voos do Rio”, disse Paes.
“A briga não é contra o Santos Dumont, a favor do Galeão… É uma questão de equilibrar um jogo que só fez mal ao Rio de Janeiro”, afirmou o prefeito.
Horas antes da assinatura da portaria, o governador Cláudio Castro anunciou uma medida que, segundo ele, vai “garantir a segurança” na Linha Vermelha: a construção de um muro.
Com 30 centímetros de espessura, o muro vai margear o trecho que vai da Ilha do Governador até o acesso à Rodovia Presidente Dutra, já na Baixada Fluminense. Um dos objetivos é que balas perdidas não cheguem até a via, segundo Castro.
Brasília fica de fora, mas pode voltar
Brasília ficou de fora dos destinos do Santos Dumont inicialmente, mas pode voltar.
O Ministério de Portos e Aeroportos avalia enviar um projeto de lei fazendo referência à portaria para permitir a inclusão da capital federal nos destinos possíveis do Santos Dumont.
Entenda a questão
A retomada do Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, vem sendo debatida entre os governos federal e estadual e a prefeitura.
O Galeão tem a maior pista comercial do país e capacidade para 37 milhões de passageiros por ano. Em 2022, recebeu menos de 6 milhões. Atualmente, o terminal vem funcionando com 20% da capacidade.
Já o Santos Dumont tem operado no limite da operação, de R$ 10 milhões. Em abril, França prometeu limitar a este teto já a partir do segundo semestre. Sem a redução, o terminal poderia fechar 2023 com cerca de 12 milhões de passageiros.
As companhias aéreas já anunciaram um pequeno aumento de voos ofertados no Galeão a partir de outubro, e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) decidiu antecipar a redução dos voos no Santos Dumont para o início de outubro, e não mais para o fim do mês. A decisão atendeu a um pedido feito pela secretária de Aviação Civil.