A previsão de republicação do edital de licitação para contratação de um estudo técnico especializado a fim de conter o avanço do mar em Atafona, distrito de São João da Barra, no Norte Fluminense, foi adiada para a segunda metade de julho deste ano, de acordo com a prefeitura de São João da Barra.
Inicialmente, a nova publicação estava prevista para este mês de junho. A expectativa é de que esse estudo forneça a base científica e técnica para a formulação de soluções eficazes e sustentáveis deste que é um dos maiores problemas ambientais da região.
O edital havia sido publicado no início deste ano, em 19 de fevereiro, conforme informado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Já a concorrência pública do projeto foi marcada para o dia 16 de abril. No entanto, o edital precisa ser republicado por conta de impugnações no documento, segundo relatou a presidente do SOS Atafona, Sônia Ferreira.
“A primeira licitação precisou ser adiada por algumas impugnações. Depois de ajustes no edital, o próximo chamado para a licitação seria para junho”, disse.
Atafona sofre há décadas com a erosão costeira provocada pelo avanço do mar. Estima-se que mais de 500 construções já tenham sido engolidas pelas águas desde a década de 1950. A situação se agravou nos últimos anos, o que levou moradores a cobrarem ações mais efetivas do poder público.
A associação SOS Atafona, que foi criada há seis anos por moradores e veranistas da região, participa ativamente do processo contra a invasão do mar e os danos causados pela erosão na praia.
“Estamos acompanhando esse processo com muito interesse, porque acreditamos que essa ação será a partida para a realização da tão esperada obra de contenção da erosão em Atafona e também no Açu. Estivemos reunidos com a diretora da licitação, a secretária de Meio Ambiente e um representante da prefeitura, ocasião em que tivemos oportunidade de conversarmos bastante sobre o assunto”, relatou Sônia.
A prefeitura comenta que a erosão costeira é um dos desafios ambientais mais críticos enfrentados pelo município de São João da Barra, especialmente nos distritos de Atafona e Açu.
“Esse fenômeno, intensificado por fatores naturais e antrópicos, tem causado perdas significativas de território, impactando a infraestrutura, a população e atividades econômicas locais”.
Sônia também é moradora da praia há 28 anos e relata as situações enfrentadas na região.
“Muitas casas já foram engolidas pelo mar, causando um grande sentimento de sofrimento e impotência. O mar historicamente chegava destruindo as casas, em março e agosto, que eram meses de maré mais alta. Atualmente ele está vindo constantemente e destruindo muito”, comentou.
Diante da nova previsão de publicação do edital, Sônia se demonstra confiante para que a situação tenha andamento.
“Aguardamos ansiosos e confiantes que o processo siga seu rumo normal, sabemos que não é um processo rápido, mas estaremos junto ao poder público, observando esse andamento”, disse a presidente da associação.