Grupos de caminhoneiros bolsonaristas começaram a fechar as rodovias em ao menos 23 estados e no DF após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL) para a Presidência da República.
Os bloqueios se iniciaram horas após o anúncio da vitória do petista, que foi oficializada às 19h57 de domingo (30), segundo informações do site G1.
Por volta de 21h40 desta segunda-feira (31), eram 338 pontos de protestos nos seguintes estados: Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Tocantins, Amazonas, Acre, Roraima, Maranhão, Amapá, Paraíba, Piauí, Sergipe e Pernambuco. No Distrito Federal, manifestantes interditaram um trecho da BR-251.
Nesta segunda – feira, a maior parte dos bloqueios era total, sem que qualquer veículo fosse liberado para passar nas vias tomadas pelos caminhoneiros. No entanto, houve locais onde veículos como ambulância ou carros de passeio eram autorizados pelos caminhoneiros a seguir viagem.
A maior parte das estradas onde houve bloqueios era federal, mas também houve atos em rodovias estaduais. Os bloqueios acontecem principalmente nos estados do Sul e do Centro-Oeste do país.
Já durante a noite, a Justiça começou a pedir a liberação dos bloqueios. O Ministério Público Federal (MPF) ingressou com ação civil pública na Justiça Federal em Campo Grande, com pedido de liminar, requerendo a imediata atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para a liberação das rodovias federais do Mato Grosso do Sul que estão bloqueadas por manifestações.
Levantamento da PRF
A PRF enviou um comunicado na tarde desta segunda-feira, que diz que houve registro de 102 bloqueios e de 134 interdições em rodovias federais, um total de 236 pontos com manifestação de bolsonaristas contrários à vitória de Lula nas eleições para presidente.
Via Dutra
Houve registros de motoristas de carros sendo hostilizados, com vidros sendo quebrados na Via Dutra, na altura de Barra Mansa (RJ). Até a última atualização desta reportagem, não havia detalhes sobre o que motivou as agressões ou se a polícia chegou a intervir em algum dos casos.
Após mais de 10 horas parados na Via Dutra, passageiros dos ônibus relataram nas redes sociais os problemas que estão enfrentando com a paralisação. “Pessoal está ficando com fome”, contou a estudante de turismo Júlia Carvalho, de 19 anos. Ela disse que estava na companhia de outras nove pessoas que saíram de São Paulo com destino ao Rio de Janeiro na madrugada de segunda – feira.
Em nota, a Polícia Rodoviária Federal afirmou ter tomado, desde domingo, todas as providências para o retorno da normalidade do fluxo. No fim da manhã desta segunda, a corporação informou que vai à Justiça para liberar as vias e que iniciou negociação com os manifestantes. A PRF informou que já acionou a Advocacia-Geral da União (AGU), que representa órgãos do governo em ações judiciais, para apresentar os pedidos à Justiça Federal.