No Dia da Consciência Negra, comemorado neste domingo (20), falaremos sobre o Jongo da Serrinha, gênero musical de origem africana que é praticado há 60 anos na comunidade da Serrinha, em Madureira, Zona Norte do Rio.
A dança é desenvolvida ao som do tambor e reúne homens e mulheres com palmas e cantos em uma grande roda. A história do Jongo começou quando os negros escravizados chegaram no Rio de Janeiro, através do Cais do Valongo, na Zona Portuária, segundo informações do site G1.
“Os meus bisavós migraram para a Serrinha em 1910, era um pedacinho da Mata Atlântica. Eles vieram de Minas Gerais para o Rio de Janeiro, muitos jongueiros vieram do Vale do Paraíba para o alto dos morros. O jongo é um canto, um ritmo que vem de Angola para o Brasil. Era dançado nas senzalas nos poucos momentos que o nosso povo podia se encontrar e se comunicar”, afirmou Lazir Simval, do Jongo da Serrinha.
As histórias de Lazir sobre o jongo foram registradas no livro Conversas de Quintal, que foi distribuído para as crianças da comunidade. “Relembrar histórias vividas pelos nossos mais velhos, cada um contando sua história sobre essa comunidade tão linda”, afirmou Lazir sobre o objetivo do livro.
A matriarca do Jongo da Serrinha, Dely Monteiro, disse que seu objetivo é passar os ensinamentos recebidos para as crianças da comunidade.
“A gente não pode deixar nossa cultura morrer, levando, ensinando, passando os nossos ensinamentos que nossos mestres deixaram para nossas crianças. Não podemos deixar a cultura morrer jamais”, disse.