Uma mulher de 29 anos foi presa nesta quarta-feira (30) em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, suspeita de matar a própria filha, uma bebê de 11 meses.
A mãe levou a bebê, chamada Luna, no sábado a uma UPA afirmando que ela teria se engasgado. Porém, o laudo do Instituto Médico Legal apontou que a bebê morreu por traumatismo craniano, múltiplas fraturas e hemorragia interna.
A mãe presa é Andressa Otoni da Silva Polastreli, de 29 anos.
Andressa se separou do marido em outubro porque, segundo ela, ele estava a ameaçando de morte. Ela buscou abrigo em uma ONG que ajuda vítimas de violência doméstica.
Uma diretora da ONG explicou que no convívio com Andressa percebeu que a mãe por várias vezes deixava a bebe sem comer, e não tomava conta da filha.
“Ela não dava comida direito para Luna. A Luna só mamava mamadeira. Era de manhã, de tarde e de noite. Passamos a comprar as coisas de Luna: fruta, legumes, tudo isso, pra que a bebê fizesse a alimentação. Não vinha dela essa alimentação. Ela não custeava isso. Ela não tinha essa preocupação”, explicou.
No sábado, dia 19 de novembro, Andressa saiu com Luna para dormir na casa de um namorado. Quando voltou para casa da diretora da ONG, a bebê estava com um braço quebrado. Andressa chegou a falar que ela quebrou o braço tentando andar, mas depois mudou a versão e disse que a bebê caiu da cama.
“E eu perguntei pra ela: ‘Vem cá, como é que você vê a sua filha chorando a noite inteira e você não tem coragem de pegar essa menina e levar no hospital?’ Ela não tem resposta, ela não fala. Não teve resposta”, disse a representante da ONG.
Na última sexta-feira, a mãe decidiu ir de vez com a bebê pra casa do namorado. Em depoimento à polícia ontem, ele contou que, no sábado, saiu pra trabalhar e recebeu diversas ligações de pessoas da ONG relatando que a bebê estava passando mal.
Segundo as investigações, a mãe tinha levado a menina pra UPA de Comendador Soares, dizendo que ela tinha engasgado. A diretora da ONG soube e foi pra UPA, mas a menina já chegou morta ao local. A diretora denunciou, então, a mãe à polícia.
Na terça-feira a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense recebeu o laudo do Instituto Médico Legal atestando que a bebê morreu em decorrência de fraturas múltiplas, traumatismo craniano e hemorragia interna.
“O laudo do exame necrológico apontou para lesões extremamente significativas na região da cabeça, e aponta como causa da morte traumatismo crânio encefálico e hemorragia subdural produzidos por ação contundente”, explicou a delegada Ana Carolina Lemos.
Depois de ouvir testemunhas a polícia pediu a prisão de Andressa por suspeita de agir na morte da própria filha. Ela veio depor hoje as 10h30 da manhã e foi presa na DHBF.
“Nós realizamos diversas diligências e ouvimos testemunhas. Ficou comprovado que já havia histórico de negligência e maus tratos da mãe em relação à criança”, acrescentou a delegada.
Andressa vai responder por homicídio qualificado, praticado contra menor de 14 anos, e agravante tipificado pela Lei Henry Borel, quando o autor do crime é pai ou mãe da vítima.