O bombardeio que atingiu um hospital na Faixa de Gaza nesta terça-feira (17) deixou mais de 500 mortos, segundo o Ministério da Saúde Palestino.
As Forças Armadas de Israel negaram o ataque e acusaram a Jihad Islâmica, grupo terrorista ligado ao Hamas, de ser a responsável pelo bombardeio.
O hospital atingido atendia centenas de pacientes e também servia de abrigo para civis, de acordo com as autoridades palestinas.
Israel afirmou que no momento do bombardeio, foguetes lançados em Gaza em direção ao território israelense “passaram perto” do hospital.
Veja abaixo a íntegra da nota das autoridades israelenses:
“A partir da análise dos sistemas operacionais das Forças de Defesa de Israel, foi lançada uma barragem de foguetes inimigos em direção a Israel que passou nas proximidades do hospital, quando este foi atingido. De acordo com informações de inteligência, de diversas fontes de que dispomos, a organização Jihad Islâmica Palestina (JIP) é responsável pelo lançamento fracassado que atingiu o hospital.”
O porta-voz da Jihad Islâmica nega que eles sejam os responsáveis pela explosão do hospital em Gaza.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que “terroristas selvagens atacaram o hospital em Gaza, e não as Forças de Defesa de Israel”.
Segundo o governo de Israel, desde o dia 7 de outubro, cerca de 450 foguetes que foram disparados a partir da Faixa de Gaza contra Israel caíram dentro do território palestino.
O que é a Jihad Islâmica
A Jihad Islâmica é um grupo terrorista ligado ao Hamas. A Jihad foi fundada na década de 1980, no Egito por estudantes universitários de Gaza. É considerado um grupo terrorista também pelos Estados Unidos, União Europeia e Israel. Ao longo do tempo, assumiu ataques suicidas e terroristas e não reconhecem a existência do Estado Israelense. No ataque do dia 7 de outubro, uniu-se à ação do Hamas.
Número de mortos
O próprio Ministério da Saúde de Gaza deu informações divergentes sobre a quantidade de vítimas:
- Inicialmente, o órgão publicou um comunicado afirmando que 200 pessoas morreram no bombardeio.
- Em um segundo momento, o porta-voz do ministério, Ashraf al-Qidra deu uma entrevista a uma TV e disse que o total de vítimas chegava a 500.
- Já um porta-voz da Defesa Civil de Gaza afirmou que havia 300 mortos. O chefe do órgão disse que as equipes ficaram sobrecarregadas e não conseguiram atender adequadamente aos chamados de emergência.
- Posteriormente, o Ministério da Saúde de Gaza informou, no Telegram, que havia centenas de pessoas mortas, e não 500.
- Muhammad Abu Salima, diretor de um outro hospital na cidade de Gaza para o qual muitos dos feridos foram levados, afirmou ao “New York Times” que é difícil estimar a dimensão das explosões, mas que entre mortos e feridos há mais de 500 pessoas. Segundo ele, pedaços de corpos se misturaram no local.
Tanto o Ministério de Saúde quanto a Defesa Civil de Gaza são controlados pelo Hamas. Em um comunicado, o grupo terrorista citou centenas de vítimas sob os escombros. O hospital Ahli Arab, administrado pela Igreja Anglicana, abrigava muitos civis de Gaza que não tinham onde dormir. No sábado (14), o edifício já tinha sido atingido por foguetes.
De acordo com as Convenções de Genebra, ataques a hospitais são considerados crimes de guerra.