Há pouco mais de um mês, ocorreu uma mudança fantástica na Lagoa Jacaroá, em Maricá, na Região Metropolitana Fluminense, um grupo de remadores foram surpreendidos com o fenômeno da bioluminescência.
“A sensação é indescritível. Você se sente imersa, como se fosse um sonho”, foi o que disse a jornalista Rosana Lobato.
Com o fenômeno à noite, o movimento dos remos fez com que feixes de luzes azuladas irrompessem nas águas. Rastros iluminados seguem o trajeto dos peixes que dão um show de cores e formas ao nadar. Esse espetáculo, que parece magia ou efeito de cinema é, na verdade, um fenômeno natural.
O visual é resultado de uma reação química provocada por seres microscópicos, que brilham quando estimulados mecanicamente.
“Essa luz serve para afugentar predadores e ajudar esses organismos a se manterem”, explica o biólogo Renan Amorim.
Na parte mais funda da Lagoa, o efeito é ainda mais intenso.
“As águas acendem, os peixes passam como cometas… É como observar um céu líquido embaixo da canoa”, descreve Rosana.
O estudante Francisco Tankersley compara o corpo d’água a uma grande obra de arte.
“Cada vez que você faz uma curva, você faz uma pintura diferente.”
“Normalmente, esse fenômeno é curto, mas estamos tendo a sorte de vê-lo por mais tempo”, diz o biólogo Alexander Ventura.
Segundo ele, o aumento da concentração de sal na lagoa, decorrente de dragagens recentes em canais que levam ao mar, pode ter gerado um ambiente mais favorável à proliferação dos organismos responsáveis pelo espetáculo.