Um filhote de baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae) foi encontrado encalhado na manhã deste sábado (06), na Praia de Grussaí, em São João da Barra, no Norte Fluminense. A cena mobilizou moradores, que se uniram para tentar salvar o animal, jogando água com baldes e cobrindo partes do corpo com panos molhados para evitar o ressecamento.
Equipes da Guarda Ambiental, da Defesa Civil Municipal e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente foram acionadas e acompanharam a situação.
Apesar dos esforços, o animal não resistiu. A morte foi confirmada pelo Instituto BW.
A morte da baleia gerou uma onda de indignação nas redes sociais. Moradores e internautas criticaram a demora das equipes de resgate e destacaram o esforço da população local para tentar salvar o animal.
Nos comentários, muitos relataram a frustração diante da situação.
“Creio que a morte poderia ter sido evitada. Duas retroescavadeiras paradas na areia e a população carregando água no balde… essas máquinas poderiam ter feito uma vala mais profunda para que a água chegasse mais rápido na baleia.”
Outros apontaram a negligência das autoridades e elogiaram a mobilização de moradores.
“Muito ‘me filma’, pra pouco ‘eu ajudo’! Só quem estava lá desde o início sabe o que viu!”, escreveu uma internauta.
“Parabéns para a população que por meios próprios fez o que pôde para salvar o animal. Demorou demais a chegada das equipes de socorro!”, ressaltou um internauta.
A morte do filhote de baleia levantou discussões sobre a importância de protocolos de resgate mais ágeis e estruturados em casos de encalhe de animais marinhos, além da valorização da participação comunitária em situações de emergência.
A cidade de São João da Barra, apesar de ter 32 km de praias e o super Porto do Açu, não possui um polo de monitoramento para salvamento de animais marinhos. O único projeto é o Projeto Tamar voltado para o monitoramento das tartarugas, que frequentemente utilizam o litoral sanjoanense para a desova.
O Instituto BW é uma ONG que trabalha com conservação e reabilitação de animais selvagens, realiza o Projeto de Monitoramento de Praia (PMP-BC/ES) e promove a educação ambiental na Região dos Lagos e Norte Fluminense, os polos mais próximos da cidade de São João da Barra ficam em São Francisco do Itabapoana e Macaé.
O Instituto BW tem o objetivo de monitorar diariamente a ocorrência de encalhes de aves, quelônios e mamíferos marinhos, identificando, quando possível, a causa que motivou o encalhe dos animais a fim que possa ser avaliada se há relação entre tais ocorrências e as atividades de petróleo e gás da Petrobras na área de abrangência. É realizado o atendimento médico veterinário aos animais resgatados com vida e exames necroscópicos dos animais mortos.
Caso encontre algum animal marinho, debilitado ou morto, na faixa da areia da praia, acione o número: 0800 991 4800.