Há dois anos, Jéssica Gonçalves Soares, de 23, viu o filho João Pedro Soares, de 9 meses, perder a batalha pela vida. Ele morreu em um hospital de São Gonçalo, na Região Metropolitana, após permanecer seis dias internado com problemas cardíacos e insuficiência renal.
No último dia 2 de novembro, Dia de Finados, Jéssica foi obrigada a passar por um novo sofrimento. Uma tia do menino foi visitar o túmulo do bebê, no cemitério Vila Esperança, em Magé, na Baixada Fluminense, e encontrou a sepultura violada e quebrada.
O cadáver do pequeno João foi furtado e retirado com o caixão por um buraco feito entre a tampa e a base da sepultura. Já o corpo de um adolescente, de 15 anos, parente do menino, que também estava sepultado no mesmo jazigo familiar, não foi levado.
Jéssica soube da notícia do furto do corpo pelo pai, Sebastião Luiz Soares, de 53. Avô da criança, ele foi avisado do que havia acontecido por uma tia do bebê. Pai e filha estiveram, nesta quarta-feira (06), no Cemitério Vila Esperança, mas voltaram para casa sem saber onde foi parar o corpo do pequeno João.
O caso foi registrado pela família na 65ª DP (Magé), que foi tipificado pela Polícia Civil como crime de subtração de cadáver.
“Soube no dia 2 mesmo, quando uma tia veio no cemitério e encontrou o jazigo quebrado e sem o corpo do meu filho. Viemos na segunda-feira seguinte, dia 4, e confirmamos tudo. Na hora em que vi o túmulo com o buraco aberto e sem o corpo do meu filho, eu entrei em desespero”, disse Jéssica, que passou mal, nesta quarta-feira, e precisou ser medicada por conta de uma crise de hipertensão.
Segundo Sebastião Luiz Soares, a informação que a família teve da administração do cemitério municipal é a de que ainda não se sabe como o corpo desapareceu.
“O jazigo era familiar e havia ali o corpo do João e de um sobrinho nosso. Só o corpinho do bebê foi levado com caixão e tudo. Estamos sem chão com o que ocorreu. Sem cabeça e sem saber o que fazer direito. Procurei a polícia e fiz um boletim de ocorrência. Quero Justiça e quero saber onde está o corpo do João Pedro”, disse Sebastião.
O cemitério de Vila Esperança fica no Centro de Magé e ocupa uma área equivalente a quase quatro quarteirões, em meio ao chão com mato e algumas árvores. Há diversos corpos sepultados em covas rasas e ainda jazigos espalhados por vários pontos.
O túmulo de onde o corpo do bebê foi retirado é feito de tijolos, massa e alvenaria, e fica quase na parte final do cemitério. O local é protegido por um muro nas laterais, portão de entrada e contaria ainda com um vigia.
A Prefeitura de Magé, que administra o Cemitério de Vila Esperança, ainda não se pronunciou sobre o caso.