A 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio, instaurou um inquérito civil para apurar as circunstâncias da ação da Polícia Militar durante uma batalha de rimas que aconteceu no bairro Manoel Corrêa, no início de abril. Na ocasião, policiais efetuaram disparos de arma de fogo contra jovens que participavam do evento, segundo informações do site G1.
De acordo com os organizadores da batalha de rimas, os agentes teriam justificado a ação afirmando que “cultura é só na escola”, “rap é coisa de vagabundo” e “lugar de criança é em casa e não na praça fazendo rap”. Para o promotor de Justiça Vinícius Lameira, titular da 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Cabo Frio, o objetivo do procedimento é atuar em defesa da liberdade de manifestação cultural dos jovens.
“Essa intervenção está sendo realizada para proteger a liberdade de manifestação cultural, de realização de batalhas de rap dentro da comunidade, sem atos de violência. Iremos ouvir os organizadores do evento, o comandante do Batalhão da PM e tentar desenvolver, conjuntamente, um protocolo de atuação da polícia quando estiverem sendo realizados eventos dessa natureza em comunidades do município’, afirmou o promotor.
Caso ganhou destaque pelas redes sociais
A Batalha de Rap que acontecia na praça do bairro Manoel Corrêa foi interrompida por policiais atirando. Um vídeo publicado nas redes sociais expôs a ação dos PM’s. Diversos jovens se reuniam para acompanhar a batalha e foram surpreendidos com a chegada da polícia e com a ação truculenta de dois policiais.
“A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que o procedimento interno instaurado pelo comando do 25ºBPM para apurar a situação ocorrida na Praça do bairro Manoel Corrêa, em Cabo Frio, na noite de quinta-feira (05/05) foi concluído e encaminhado para a Corregedoria Geral da Polícia Militar. Os policiais militares envolvidos na ocorrência foram ouvidos na sede do batalhão local, foram afastados de suas funções nas ruas e transferidos para outras unidades”.