Duas explosões foram registradas, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, em um intervalo de 20 segundos, no começo da noite desta quarta-feira (13). A área foi isolada.
Bombeiros e militares especializados em explosivos estão no local. Segundo testemunhas, foram ouvidas duas explosões “muito fortes”.
Uma pessoa morreu. O corpo está na calçada, junto à Praça dos Três Poderes. Ainda não há informações sobre o que provocou as explosões.
As pessoas que estavam no térreo do prédio do STF foram retiradas do local. Seguranças da Câmara dos Deputados, de onde pode ser ouvida a explosão, disseram que um carro explodiu no estacionamento que fica entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos deputados.
“Ao final da sessão do STF desta quarta-feira (13), dois fortes estrondos foram ouvidos e os ministros foram retirados do prédio em segurança. Os servidores e colaboradores do edifício-sede foram retirados por medida de cautela”, disse o STF.
O Supremo informou ainda que a segurança do STF colabora com as autoridades policiais do DF. O secretário de Segurança do Distrito Federal Sandro Avelar informou que a Esplanada dos Ministérios foi fechada.
“Nesse momento estamos tentando entender o que aconteceu e estamos enviando um efetivo muito grande do batalhão especial da PMDF para fechar parte da Esplanada”, disse Avelar.
Testemunha
Lauana Costa estava na parada de ônibus, em frente ao STF. Segundo ela, um homem passou, segurando uma sacola, e acenou com “um joinha”.
Em seguida, ela ouviu a primeira explosão. Quando olhou para trás o homem jogou algo perto da estátua da Justiça e logo caiu.
Durante uma entrevista dada pela deputada Erika Hilton (PSol), por volta das 19h30, no Palácio do planalto, foi possível ouvir o barulho das explosões.
Homem que morreu em Brasília após explosão anunciou atentado pela internet
O carro que explodiu na Praça dos Três Poderes, pertencia a Francisco Wanderley Luiz, natural de Santa Catarina. Uma hora antes da explosão, ele fez uma publicação nas redes sociais com ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aos presidentes das duas Casas do Congresso Nacional. Francisco Luiz é o mesmo homem que foi encontrado morto em frente ao tribunal após as explosões nesta quarta-feira, 13.
Em seu perfil no Facebook, Luiz reproduzia teorias conspiratórias anticomunistas como o QAnon, populares na extrema-direita americana. Em 2020, Luiz foi candidato a vereador em Rio do Sul (SC) pelo PL, partido hoje do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele chegou a visitar o plenário da Corte no dia 24 de agosto e ainda postou uma foto no local.
Uma das publicações traz uma foto dele sorrindo dentro do plenário do STF, numa data indeterminada. Ele escreveu abaixo:
“Deixaram a raposa entrar no galinheiro (chiqueiro) ou não sabem o tamanho das presas ou é burrice mesmo. Provérbios 16:18 (A soberba precede a queda)”.
No seu perfil Francisco escreveu textos com mensagens que indicam o possível atentado em Brasília.
“Pai, Tio França não é terrorista, né? (…) Ele apenas soltou uns foguetinhos para comemorar o dia 13. Tem cheio de carniça, igual cachorro quando morre”.
Em outra postagem, faz referência direta à Brasília e a data desta quarta-feira, 13.
“Distrito Federal Brasília 13 novembro 2024. Eu: Francisco Wanderley Luiz mais conhecido Tio França (ETE x PNEU) ‘Miguel’ Sugiro a vocês uma data especial para iniciar uma revolução. Após este grande acontecimento, vocês poderão comemorar a verdadeira proclamação da república!!! ‘Em espírito estarei na linha de frente com minha espada erguida” DEUS NOS ABENÇOE”, escreveu em uma delas, mostrando ter premeditado o ataque.
Em seu Facebook, ele segue várias páginas de direita, como Movimento Avança Brasil – RS, Espaço Enéas Carneiro, Terça livre – Cursos, Brasil Paralelo, Jornal da Cidade Online, Jair Messias Bolsonaro e Olavo de Carvalho. Em sua conta no X (antigo Twitter), há o mesmo padrão.
Em 2020, Luiz foi candidato a vereador em Rio do Sul (SC) pelo PL, partido hoje do ex-presidente Jair Bolsonaro. À Justiça Eleitoral, ele declarou ter Ensino Médio incompleto, ser casado e ter R$ 263 mil em bens, entre eles quatro veículos e um prédio residencial na área urbana de sua cidade.