O dólar fechou em queda nesta terça-feira (22), se mantendo abaixo dos R$ 5 – e engatando seu quinto pregão seguido de baixa.
A moeda norte-americana recuou 0,60%, cotada a R$ 4,9142. Trata-se do menor patamar de fechamento desde 24 de junho de 2021 (R$ 4,9034). Na mínima da sessão, chegou a R$ 4,9051. Na segunda-feira, o dólar fechou em queda de 1,43%, cotado a R$ 4,9440. Com o resultado desta terça, passou a acumular queda de 4,69% no mês. No ano, tem baixa de 11,85% frente ao real.
O que está mexendo com os mercados?
No exterior, o preço do petróleo seguiu negociado ao redor de US$ 110 o barril, após o salto de 7% na véspera.
A agência Reuters destaca que os preços de várias commodities, do milho ao petróleo, dispararam desde o final de fevereiro, quando o início da guerra no Leste Europeu levantou temores globais de interrupção da oferta desse tipo de produto.
Além do real, outras divisas de países exportadores de commodities têm se beneficiado dos custos mais altos, como pesos colombiano e chileno, sol peruano e rand sul-africano.
“O Brasil se beneficia de uma confluência de fatores: quase nenhuma exposição direta à Rússia em termos de troca, altos preços de commodities impulsionando termos de troca positivos, Selic perto de seu pico e exposição substancial a commodities”, disseram em relatório estrategistas do Bank of America (BofA).
Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central avaliou que o conflito entre Rússia e Ucrânia pode ter consequências de longo prazo para a inflação, o que pode exigir uma alta ainda maior da taxa básica de juros brasileira. As observações constam na ata da última reunião do comitê, quando a Selic foi elevada de 10,75% ao ano para 11,75% ao ano.
Os juros em patamares elevados no Brasil e o diferencial em relação aos juros nos EUA e outras economias têm contribuído para o fluxo de dólares para o país e para a valorização do real em 2022. O Brasil possui atualmente a segunda maior taxa de juros reais no mundo, atrás somente da Rússia.
Os analistas do mercado financeiro elevaram pela décima semana seguida a estimativa de inflação deste ano, que passou de 6,45% para 6,59%, segundo boletim Focus divulgado no dia anterior pelo Banco Central. Os analistas também elevaram a estimava para a Selic no fim de 2022. Agora, projetam que a taxa pode chegar a 13% ao final do ano. Já a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2022 permaneceu em R$ 5,30.